Saúde Materno-Infantil

A importância do pré-natal e seus impactos na Mortalidade Materna e Infantil no Estado de Minas Gerais

A importância do Pré-natal

A adequada assistência pré-natal é fundamental na prevenção e/ou detecção precoce de patologias tanto maternas como fetais, permitindo um desenvolvimento saudável do bebê e reduzindo os riscos da gestante durante a gestação, no momento do parto e no puerpério. Um pré-natal técnica e humanamente adequado, que acompanhe a gestante desde o primeiro trimestre da gestação, permite:

– identificar doenças que já estavam presentes no organismo, porém, evoluindo de forma silenciosa, como a hipertensão arterial, diabetes, cardiopatias, anemias, sífilis, distúrbios psíquicos, dentre outros. Seu diagnóstico permite medidas de tratamento que evitam maior prejuízo à mulher, não só durante a gestação, mas por toda sua vida;

– detectar problemas fetais, como más formações. Algumas delas, em fases iniciais, permitem o tratamento intraútero que proporciona ao recém-nascido uma vida normal;

– avaliar aspectos relativos à placenta, possibilitando tratamento adequado. Sua localização inadequada pode provocar graves hemorragias com sérios riscos maternos;

– identificar precocemente a pré-eclâmpsia, que se caracteriza por elevação da pressão arterial, comprometimento da função renal e cerebral, ocasionando convulsões e coma. Esta patologia constitui uma das principais causas de mortalidade no Brasil. (Fonte: bvsms.saude.gov.br – Importância do pré-natal)

– identificar as gestantes que se beneficiariam do acesso precoce ao acompanhamento de qualidade na atenção especializada, compartilhado com a atenção primária, fator determinante no resultado perinatal, bem como aquelas cujos bebês necessitam de cuidados neonatais diferenciados, vinculando-as a maternidades capacitadas a prover os cuidados necessários tanto à gestante quanto ao recém-nascido. Isto reforça a importância do planejamento de cada gestação e do acesso à medidas que favoreçam uma gravidez, parto e nascimento seguros.

A importância dessas ações se revela nos dados do Relatório 2020 do Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais, segundo o qual, em 2020, 67,8% dos óbitos maternos foram classificados como obstétricos diretos (diretamente relacionadas a condições da gestação, do parto ou do puerpério), enquanto cerca de 55% dos óbitos neonatais precoces (zero a 6 dias) que representam mais da metade de todos os óbitos infantis, são sensíveis a ações preventivas relacionadas à atenção pré-natal. (Fonte: saude.mg.gov.br – Prevenção de mortalidade materna infantil)

Fonte: Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais, 2023. 

 

Fonte: Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais, 2023. 

 

Mortalidade Materna e Mortalidade Infantil

A Mortalidade Materna e a Mortalidade Infantil são indicadores sensíveis do nível de desenvolvimento humano de uma sociedade e da qualidade da assistência à saúde disponibilizada para sua população. Em Minas Gerais, além de superiores à média nacional, há uma grande desigualdade na Razão de Mortalidade Materna e na Taxa de Mortalidade Infantil entre as diferentes regiões de saúde do Estado, evidenciando a inequidade na efetivação do Direito à Saúde. Os dois indicadores revelam a necessidade de o estado trabalhar para a redução destas mortes, com vistas a alcançar o Objetivo do Desenvolvimento Sustentável 3: Saúde e Bem Estar – agenda 2030, pactuado pelo Brasil com o Organização das Nações Unidas (ONU) em 2000. (Fonte: odsbrasil.gov.br – Assegurar uma vida saudável e promover o bem-estar para todos, em todas as idades)

O desafio se evidencia na análise dos gráficos de mortalidade por regional de saúde e de evitabilidade dos dois indicadores apresentados no Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais, 2023, que pouco mudaram em relação aos anos anteriores.

Fonte: Comitê Estadual de Prevenção da Mortalidade Materna, Infantil e Fetal de Minas Gerais, 2023. 

 

Neste contexto, fomentar o acesso à assistência pré-natal de qualidade projeta um impacto positivo tanto na saúde da mulher em idade reprodutiva, com consequente redução da mortalidade materna, quanto na redução da mortalidade infantil. O Pré-natal constitui um dos 4 componentes da política de  assistência à gestante e à criança, que deve ser realizado na Unidade Básica de Saúde (UBS) com captação precoce da gestante e qualificação da atenção (Anexo II, inciso I, art. 7º da Portaria de Consolidação MS/GM nº 03º, de 28 de setembro de 2017).

Equidade

Os princípios da equidade e da não discriminação apresentam um papel relevante nas políticas, programas e ações referentes ao cuidado em saúde seguro e respeitoso e à redução da mortalidade materna. Importante garantir o cuidado à saúde equitativo, com especial atenção a mulheres em situação de extrema vulnerabilidade social.

As mulheres no contexto do pré-natal, parto e pós-parto devem ser tratadas de forma respeitosa e em conformidade com seus direitos à vida, à saúde, à privacidade, à integridade física e à não discriminação, sendo vedada a realização de práticas não indicadas, abusos, desrespeito e maus-tratos durante todo o período gestacional, trabalho de parto e pós-parto em toda a rede de atenção à saúde.

Respeito

Redes de
atenção

Os princípios da equidade e da não discriminação apresentam um papel relevante nas políticas, programas e ações referentes ao cuidado em saúde seguro e respeitoso e à redução da mortalidade materna. Importante garantir o cuidado à saúde equitativo, com especial atenção a mulheres em situação de extrema vulnerabilidade social.

A redução do número de cesarianas sem indicação clínica e a promoção do parto normal são medidas fundamentais para ofertar à mulher e aos neonatos o cuidado em saúde oportuno, seguro e respeitoso, durante todo o período gestacional, durante o trabalho de parto e puerpério.

Parto
adequado

Prevenção a
mortalidade materna

Para a prevenção dos danos e óbitos maternos devem ser estabelecidos cuidados oportunos, através de políticas, protocolos e procedimentos com identificação dos riscos, fatores contribuintes e ações, ferramentas ou pactos baseados em evidências clínicas e de qualidade, garantindo processos assistenciais seguros às gestantes, parturientes e puérperas.

Toda mulher tem direito a um pré-natal com o olhar integral para a sua saúde e do neonato. Reafirmamos que seja garantido o número mínimo de consultas, exames indicados conforme a idade gestacional, educação em relação à gravidez, preparação ao parto e puerpério minimizando as dúvidas, medos e mitos com relação ao futuro, também é o momento de identificação de condições de risco e condições ameaçadoras à vida da gestante e do neonato, assim como planejamento do trabalho de parto, evitando desfechos não esperados, internações e procedimentos cirúrgicos desnecessários.

Pré Natal

Prevenção da
prematuridade

É consenso mundial que a identificação dos fatores de risco para o parto prematuro é o primeiro passo para a prevenção. Devemos conhecer as comorbidades prévias da gestante e desencorajar o uso de álcool, drogas e cigarro durante o período gestacional, sendo fatores que aumentam as chances de um nascimento prematuro. A saúde materna e a identificação de condições especificas do feto são determinantes para a prevenção da prematuridade.

A capacidade da gestante de acessar, compreender, analisar e usar informações em saúde na tomada de decisão sobre seu cuidado e na sua transição pela rede de atenção à saúde é fundamental para contribuir com a sua segurança no pré-natal, parto e puerpério.

Letramento

Empoderamento e
engajamento

Todas as interações com as gestantes devem promover o engajamento para o autocuidado, a sua participação ativa nas tomadas de decisão, assim como na busca ativa de informações acerca de sua condição. A gestante deve ser empoderada para tornar-se a protagonista durante a gestação e o parto.

A gestante tem direito à presença de um acompanhante durante todo o período de trabalho de parto, parto e pós-parto imediato, nos serviços de saúde públicos e privados. O direito ao acompanhamento da gestante durante o pré-natal, parto e puerpério garante a continuidade do cuidado seguro e respeitoso.

Participação da
familia e da comunidade

Guias e manuais para downloads

MORTALIDADE MATERNA 

Conceito: a morte materna é a morte de uma mulher durante a gestação ou até 42 dias após o término da gestação, independentemente da duração ou da localização da gravidez, devida a qualquer causa relacionada com ou agravada pela gravidez ou por medidas em relação a ela, porém não devida a causas acidentais ou incidentais;

Indicador: Razão de mortalidade maternal. O indicador expressa o número de óbitos maternos por 100.000 nascidos vivos de mães residentes em determinado espaço geográfico, no ano considerado. É um dos principais indicadores de qualidade de atenção à saúde das mulheres no período reprodutivo.

Objetivo ODS 3 Saúde e Bem-Estar – Meta ONU para o Brasil: reduzir a razão de mortalidade materna a 30 mortes para cada 100 mil nascidos vivos, até o ano de 2030. Como se pode visualizar nos gráficos abaixo, todo o empenho será necessário para que Minas Gerais alcance a meta estabelecida pela ONU e pactuada pelo Brasil.
 

MORTALIDADE INFANTIL 

Conceito: É o mais sensível indicador da qualidade de vida, dos serviços de saúde, saneamento básico e educação de uma cidade, país ou região. A análise deve, para fins de planejamento, desdobrar o indicador por momento do óbito.

Indicadores:

Taxa de Mortalidade Infantil (TMI): expressa o número de óbitos ocorridos até um ano de vida para cada 1000 nascidos vivos, em determinado espaço geográfico, no ano considerado;

Taxa de Mortalidade Neonatal: compreende a soma dos óbitos ocorridos nos períodos neonatal precoce (0-6 dias de vida) e neonatal tardio (7-27 dias), para cada 1000 nascidos vivos, em determinado espaço geográfico, no ano considerado;

Taxa de Mortalidade na Infância: expressa a soma dos óbitos ocorridos até 5 anos de vida para cada 1000 nascidos vivos, em determinado espaço geográfico, no ano considerado.

Objetivo ODS 3 Saúde e Bem-Estar – Meta ONU para o Brasil: alcançar taxa de mortalidade infantil de apenas um dígito.

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